História da urina


Quando eu era criança, menos de 5 anos, meu irmão mais velho costumava me dar banho. Era uma aventura. Ele tampava o ralo do box até formar reter água o suficiente ali dentro para eu chamar aquilo de uma piscina. Eu me divertia na piscina de água retida. Lembro de querer planejar o sequestro do meu irmão durante um daqueles banhos. Lembro de premeditar seu sequestro. Daria-se da seguinte forma: depois do banho, eu levaria meu irmão até nosso quarto (dividíamos o quarto) e o deitaria na nossa minha cama. O colchão da nossa minha cama de solteiro viraria num eixo central de modo que sua superfície virasse o teto de uma antessala, de um porão. Nesse porão, onde nós cairíamos, eu praticaria nele todo tipo de experimentação corporal: sexo, tortura, inanição, contemplação, lambidas, beijos, beliscões. Meu irmão era circuncisado. Não obstante, planejava levá-lo para um corredor infinito cuja porta de entrada era o buraco da uretra de um pênis gigante, não circuncisado. Nesse corredor, em ambos os lados, havia homens com pênis eretos nos quais eu passava a mão ao avançar, levando meu irmão pela mão. Meu pai uma vez disse: “tu tens que sentar cruzar as pernas como teu irmão: de pernas cruzadas, mas teu tornozelo tem que apoiar-se nos joelhos.” O olhar de irmão me reprovava, e não terei tempo de explicar aqui a razão disso. Meu irmão se suicidou no dia dos pais, com um tiro no coração, no porão de minha nossa casa.