Quando o vento venta, o pelo sacode. Mas não todo pelo.
Somente o meu e o teu. Uma gota te satisfaz, mas não a mim. Um superfície, uma
nota de 2 reais, um chip que aprove a transação: mas que corpo obtém e detém?
Uma lata de cerveja, e tudo mais: não há nada como isso nos catálogos
internacionais. Estar no topo não te faz mais magra, mas mais vista: há de
observar bem essa sunga. Nada: na piscinada, muita piscina pra muito nada. Não
quis, mas queremos todos. Que loucura, ou psicose, desejar todos os corpos do
mundo, todas as bordas, todos os pingos que caem no teclado. Todos os hóspedes
que querem atenção. Todas as pessoas bonitas que não trepam. E que ninguém
admira. Todas as artimanhas de instagram pra disfarçar que somos infelizes. E
todos os filtros: o que sobra dos filtros? E o que queremos dos filtros? Porque
amo os filtros e sinto que têm o que acrescentar. Paramos com o saco de
cerveja. Mas devemos? Chove pingos, apenas pingos, e será apenas pingos que
essa doença do pé te pede? Psicótica e deusa: cousas que não prevemos. Cousas
que não queremos. Mas de mim, de mim mesmo: tudo me peça e tudo me tens. Porque
serei tudo o que quiseres, com as gotas e com os pingos, e com as lágrimas, e
tu serás aquele que me edita. E eu vou. Porque há um longo. Uma coisa longa.
Que verte. Verte na parede. E ponto. Eu poderia bem ser esse buraco por onde
tudo o que verte escorre. Eu engulo tudo. Mas o lugar de ralo é tão delicado:
uma pomba ou abelha, ou mosca: não valida. Um beijo e jamais seria isso, seria
outro. Mas esse outro, essa coisa: por mais belo, seria outro. Não há nada além
do corpo: essa coisa que mija, que fode, que caga, que desliza, linda, pela
minha pele e que é linda: não há nada além dessa lindeza. Nem a superfície da
água: há mais dentro. E fora: há tudo no cisto que acontece fora do corpo!