vestiu-se com seu mito individual. saiu pelas ruas sombrias da cidade, à noite, todo vestido. andou por lá e por cá, mas não sem rumo: na sua pequenez individual havia tudo planejado. surpreendeu-se com os transeuntes nus: ninguém mais acreditando estar em face do outro, tornavam-se pálidos si mesmos sem nenhuma mediação com aquilo que a noite esperava deles. e ele todo produzido para uma noite longa, noite de cantos e becos, de esquinas em velocidade, uma noite toda do tato. os transeuntes nus tiravam toda a excitação das surpresas que as ruas poderiam trazer. pois já estava tudo visto, já estava tudo sentido. zumbis nus. por onde ele ia, seu mito se manifestava.