No blógui com a Madonna - parte I

Cena 1 – Manhã de quase-verão no escaldante interior gaúcho, Brasil. É 1986. A então apresentadora da extinta Rede Manchete de televisão, Angélica, tem em sua mão uma fita VHS e diz: “Galerinha, estou aqui com uma música super legal, que vocês vão amar, toda colorida! É a nova música da Madonna! Sentem no sofá e fiquem pra assistir! Roda VT! (ela pega o VHS e “insere” num videocassete imaginário, dando a impressão para os telespectadores de que a fita vai rodar)”. Começo a assistir ao primeiro videoclipe da minha vida, da canção True Blue. Ao término da música, me tranco no closet dos meus pais, visto um belo scarpin branco, ato um lenço de mamãe em volta do pescoço e passo a imitar freneticamente a cantora estadunidense. Sem ainda ter completado quatro anos de idade, me entrego ao bate-cabelo ao melhor estilo anos 80.

Como, então, alguém que ouve e assiste a Madonna há 22 anos pode não ir a nenhum dos cinco shows que ela fará no Brasil depois de 15 anos de promessas falsas? É o que vou tentar explicar aqui.

They tried to make go to see Madonna, and I Said: NO, NO, NO!!