[...]nterrei pontas soltas. sujas de terra. enlacei uma e outra numa tentativa de amarração. esvaziaram-se sem vida. viajei, voei. busquei um esquecimento, qualquer que fosse, de ti. sonhei e não entendi o sonho. bebi. carreguei comigo essa bola murcha. não é de quilômetros que é feito o desejo que tenho. desfiz-me na água do mar. não é de carne que é feito o desejo que tenho, nem de sangue, pois nenhum tubarão me mordeu. detesto areia. colocaria azulejo em toda a praia se prefeito fosse do lugar. nadei e dormi lembrando de ti. lamentei que não estivesse comigo. o sal, o sol, as ondas e a cozinha lamentaram também. disseram-se que foi melhor assim. tive medo de cair do trigésimo andar. mas o trigésimo andar me prometeu que não me empurraria. duas pontas soltas sem v[...]