a noite foi de festa. não dormimos.

eu chorei quando tu deixou de falar comigo.

eu não chorei, mas quebrei um copo.

fiquei esperando tu mandar mensagem, chamar pra conversar.

tu disse que ia seguir tua vida. eu deixei.

era o contrário: era um pedido pra tu não deixar eu seguir minha vida sem ti.

quando mais tu diz uma coisa querendo dizer o contrário?

eu já disse que te odiava, que queria que tu fosse feliz com os caras que tu tava pegando, que tu mudasse logo pra Europa. tudo ao contrário.

tu quer que eu esteja aqui, agora?

eu quero em todas as horas de todos os dias desde que eu te conheci.

ao contrário?

não, na única direção que pode ser. reto, direto, o papo não faz curva.

eu quis te ligar e te xingar, principalmente depois de uma garrafa de vinho.

deveria ter feito.

[risos] posso agora?

pode.

não quero te xingar. quero ficar. posso?

com uma condição.

[...]

não me deixe mais de tanga, no corredor escuro e úmido da tua tristeza.

[...]

 - beijo. beijo. língua, beijo. olho no olho. beijo, língua. pau duro. -

já não está escuro. e eu to feliz.

então eu quero morar no teu corredor.

o domingo com nuvens amanheceu denso da ressaca alegre da festa da noite anterior.