nessas eu me curo. é curioso: são mulheres aquelas que me impulsionam. sempre achei que fossem homens. é que a diferença estava nas duas primeiras letras: mulheres me impulsionam; homens me pulsionam. é, por exemplo, a chuva. a cerveja. as roupas. por outro lado, temos: o álcool. o perfume. o frio.

neste novo patamar ou ciclo da espiral há panturrilhas. e há beiços. o desafio que me coloco, que se coloca para mim a partir do mundo, é circunscrever o quanto as calças poderão passar por essas panturrilhas, ou não passarão. o quanto os olhos poderão passar pelos óculos, ou não passarão. o quanto os beiços poderão me beijar, ou não servirão. eu retomo uma frase que escrevi muitos, muitos anos atrás: "o beijo que te dei também é meu". não arranque nada de mim (eu não vou buscar, mas de preferência não o faça. por razões éticas). o adjetivo que uso para te chamar: ele é parte meu. não o tome de mim acreditando que é somente teu. o cheiro que eu cafungo, da tua cueca usada ou do teu perfume importado: sou eu quem cheira, sou eu quem lembra. é o nosso cheiro, pois tu exala e eu sinto.

é uma delicadeza uma mão estendida, principalmente vinda daquela mulher tão forte. eu sei: ela vai me curar. pois eu fumo com ela; nós fumamos. e se o meu peito for o mesmo dela, quem vai morrer antes?