Retrospectiva da década - fim

São imaginações intangíveis que se materializam, e materialidades que antes habitavam a ordem do inimaginável. São surpresas, dobras inesperadas: doenças que eu ainda não tenho mas que estão vindo, postas num lugar e momento virtuais que me espreitam num dia após o outro; são um vir-a-ser que eu não intuía pra mim mesmo mas que hoje tem uma existência e uma história; são um homem idealizado que eu jamais supus (nunca quis supor) que pudesse existir mas que está ali, atravessando a rua, pedindo pra que eu toque seu interfone. São, talvez, o poder da fantasia, do poder da criação. São, quiçá, a confiança no curso da vida que nos levará ou nos trará aquilo e aqueles que estão lá desde sempre. Sem romances, nem truques aqui: são responsabilidades sobre o que falo aqui.