Eu me mato por todos os silêncios. Sim, haveria a condolência e a vergonha, a vergonha alheia, o desprezo, e a inocência de não saber que te requisitam. Mas nenhum seria tão pesado quanto o olhar que tu de mim desvias, que tu de mim bifurcas, que tu de mim separas. Escansão. O olhar articulado ao silêncio é a pior experiência, a pior prospecção. Um negar que envolve o corpo todo: a boca, os braços, os pés que vão embora. Até chegar aí, que estrada longa não trilhou? Não sou só eu, é um bando de gente. Não me mato por eles e elas, pois não sou mártir. Mato-me pelo silêncio, que é imbatível e coletivo.