voltei pra casa passeando de Uber. olhava pra ângulos e paisagens que eu nunca via quando eu dirigia meu próprio carro. a cidade abria-se inusitada, ampla. quis escrever sobre tudo o que eu via. teve histórias longas sobre moradores de rua e sobre árvores bem iluminadas: a narrativa das sementes que os puseram ali. me intriga o corpo e o tronco. e se eu parasse agora de fazer todas as coisas, e qualquer coisa, se eu parasse de agir e permanecesse imóvel na cama. e se. se houvesse um você Outro a me dar uma medida, um limite. e se. perceba que não há ponto de interrogação: pois é uma afirmação. a possibilidade de haver outras luzes, outros troncos e outros corpos não é uma pergunta que eu jogo pro além. é uma afirmação eu eu faço pra mim.