encontrei-te-nos-emos. que linda a tarde em que tu nasceu. não havia nuvem no céu, como se o infinito, para ti, estivesse circunscrito por uma membrana fina, longínqua, de cor azul radiante, que tu pudesse em qualquer momento, com trabalho árduo, perfurar. o sol tão imenso quanto o céu. e tua pequinês tão leve quanto uma semente. o peso da tua vida está na tua potência. o dia seguinte àquele em que tu veio ao mundo foi de pura chuva, raios e trovões, e coisas estranhas das mais múltiplas. inexplicáveis. por exemplo, pedras deslizantes e oblíquas nas quais precisei caminhar para te ver. drogas (tua mãe estava chapadíssima). acidentes de carro. por-de-sol amarelo no rio. calor e umidade atravancavam a tarde. o vento soprou forte e a temperatura amena deu lugar ao frio, anunciado pelas nuvens cinza-claro que se destacavam contra o céu escuro da noite. o mundo se revolvia pela tua chegada, te estranhando. as árvores dançaram. a água encrespou. o sino dobrou brabo. alguém estava entre nós para fazer algo diferente.
<<>>>
entristeci na escrita e vou parar aqui, embora eu tivesse coisas mais bonitas para dizer sobre ele.