Via de mão dupla

Por segundos cheguei a acreditar nisso tudo. Parecia bonito, parecia ser a saída, parecia ser alcançável.

Depois que sentei no chão, pensei que fora tolo ter acreditado nisso. Era só uma digressão da minha mente, um erro no meu software de fábrica. Eu sorri e me senti uma criança ingênua.... Pior que isso: um adulto ingênuo.

Mas me levantei do chão e assoei o nariz. Joguei o lenço de papel pela janela, ignorando que um pouco mais adiante havia latas de lixo recicláveis.

A partir de então, comecei a fuder com o mundo cada vez que o mundo fudesse comigo.

Mas eis que ao pegar o elevador, ele estava sozinho ali dentro. E me perguntou se eu estava bem, se eu precisava de alguma coisa, e me ofereceu um lenço de papel. Sorriu ao estender a mão em minha direção.

O mundo, mesmo fudido, ainda é bom.