Belo e estranho domingo pra se ter alegria

[...]rdei bem, super bem. Havia meses que eu não acordava tão bem num domingo. Nem saí de casa – e quando eu não saio de casa por um dia inteiro é sinal de que estou realmente bem. Porque daí gosto de estar comigo, sozinho no meu apartamento, com meus ácaros no carpete e baratinhas por entre os azulejos do banheiro, os mosquitos do meu quarto. Há muita vida aqui dentro. E também me dá uma alegria ver meus livros, minhas literaturas, essas centenas de páginas ainda por ler. É um pedido que faço a elas sempre que começo a ler um livro: me arranquem deste mundo onde tudo o que importa é o relevo do meu abdome, onde tudo o que resta são as rugas mais ou menos esticadas, onde é risível a honestidade. Hoje nem vi o sol, mas não me incomodo com isso. Já fui deportado para longe dessas pessoas óbvias, sem criatividade, “oxigenadas debaixo do sol”. Agora tomei um banho e troquei os lenç[...]