Amanheceu

[...]ia de sol, quando pensava que choveria. Amanheceu, e eu era uma outra pessoa: um sopro de vida nos pulmões, um sorriso que vinha dos intestinos – selvagem e honesto. Aqueles últimos dias tinham sido intensos. Mas te escrevo agora pra pedir um favor: publique todas as cartas e e-mails que já te mandei. Dou autorização pra tu procurares alguma editora que avalie a viabilidade disto. Se nenhuma quiser, procure uma gráfica simples. Não quero muitos exemplares, nem muito coloridos. Se nem a gráfica quiser imprimir tudo o que te escrevi, compre umas tintas pra impressora e imprima umas três cópias de todo o material. Depois encaderne. Não precisa vender. Deixe uma cópia na zona sul, outra no centro e uma última na zona norte: sugiro paradas de ônibus. Espalhe o que eu já escrevi pela cidade, talvez aquilo tudo possa ajudar alguém. De minha parte, a partir de agora passo a precisar de outras palavras para falar de mim: “amanheceu um dia de sol”, “surgiu quando não esperava”, “jamais supôs que seria tão bom quanto foi, “a vida tomou-lhe o corpo”... Dobrei uma das minhas esquinas e já sigo lá adiante. Imprima tudo e espalhe[...]