há de nascer mais um dia, como este que vejo, e mais outro por cima de todos que o antecederam. a luz do sol sobre todas as vozes exaltadas de ontem, a luz do sol sobre todo o medo, o céu pesando sobre aqueles que se escondem, o céu pesando sobre aqueles que se revoltam. mais um dia para esquecer e também mais um dia para reafirmar-se no que se crê, no que se luta, no que se aposta. o som tranquilo de aves gorjeando e cães latindo deslizando entre os rostos contritos e deformados de quem odeia e quer matar. todas as manhãs carregam essa marca incômoda, desconfortável, da paz e da beleza embaralhadas com promessas de horror.