hoje eu escrevi o seguinte, e falei para algumas pessoas:
"amar não é se esvaziar para o outro, como a colega recém opinou.
não acho que se trate de um esvaziamento de si em detrimento do outro.
não acho que se trate de oferecer ao outro uma falta nossa que o outro vem a preencher, que é chamado a preencher, que nós demandamos que preencha.
também não acho que se trate de amar primeiro a mim mesmo para depois amar outro.
amo o outro, na maioria das vezes, simultaneamente não gostando de mim ou estando pelo menos incomodado comigo mesmo. posso, na melhor das hipóteses, estar tranquilo com o que sou no ato de amar o outro.
acho que amar é dar-se, abrir-se, expor-se ao outro naquilo que se é, na medida do que se é, lidando com o outro no tamanho que ele tem. o tamanho do outro é precisamente apenas seu tamanho, sua própria dimensão, sua própria extensão e seu próprio peso, sem adicionar a ele nada (nem tamanho, nem volume, nem peso) que seja meu.
por isso, amor não tem nada, absolutamente nada a ver com liberdade."
não surtiu efeito.